Mostra Preta exibe filmes do Centro-Oeste na Casa da Cultura em Campo Grande

dezembro 17, 2025
1:21 pm

Mostra Preta Multidisciplinar promove, nesta terça-feira (16), uma sessão especial dedicada ao audiovisual do Centro-Oeste brasileiro, com a exibição de três filmes dirigidos por cineastas de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. A programação acontece a partir das 19h, na Casa da Cultura, em Campo Grande, e reforça o compromisso do evento com a diversidade, a reexistência cultural e a ampliação de espaços de visibilidade para narrativas historicamente marginalizadas.

Cinema negro, indígena e LGBTQIAPN+ em destaque

A curadoria da Mostra Preta convidou realizadores de diferentes estados da região, fortalecendo o diálogo entre territórios e experiências atravessadas por questões de raça, gênero, corpo e ancestralidade. O foco está em produções que rompem com padrões tradicionais do circuito audiovisual e propõem novas formas de contar histórias.

Nesta edição, a Mostra também estabelece uma parceria com a plataforma de streaming TodesPlay, mantida pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN). Os filmes exibidos na Casa da Cultura passarão a integrar o catálogo especial “Mostra Preta na TodesPlay”, ampliando o alcance das obras para todo o Brasil.

Filmes exibidos na sessão desta terça-feira

“Pirenopolynda” (DF)

Dirigido por Izzi Vitório, Bruno Victor e Tita Maravilha, o curta-metragem apresenta uma narrativa afetiva sobre a Festa do Divino, em Pirenópolis (GO). A obra acompanha Tita em um mergulho nas memórias pessoais e coletivas da celebração, propondo uma reconstrução sensível da tradição popular.

Izzi Vitório se identifica como pessoa transmasculina negra, é produtor, pesquisador e sócio-fundador da Cavala Filmes, produtora independente dedicada a projetos atravessados por questões raciais e de desobediência de gênero.

“Mansos” (MT)

Com roteiro e direção de Juliana Segóvia, cineasta cuiabana e arte-educadora, o filme narra a trajetória de Benedita, uma mulher marcada pelo assassinato da mãe e movida pelo desejo de transformar dor em resistência. A obra aborda temas como memória, violência e herança afetiva, a partir de uma perspectiva feminina e potente.

Juliana é graduada em Comunicação e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT.

“Meça Três Vezes Antes de Cortar” (GO)

Encerrando a sessão, o filme de Zulmí Nascimento propõe uma experiência poética que mistura dança, corpo, território e linguagem. A narrativa envolve bois encantados, boiadeiros perdidos na mata e reflexões simbólicas sobre ancestralidade e sobrevivência.

Zulmí é multiartista, curador e diretor artístico, com atuação entre Goiás, Pará e Bahia, além de mestrando em Dança pela UFBA.